Desde o início da expansão ultramarina no Oriente, alguns dos mais fascinantes episódios da História de Portugal foram protagonizados por actores à revelia da política oficial da Corte em Lisboa. Exploradores destemidos, nobres sem terras à procura de um reino, aventureiros sem medo, comerciantes ávidos ou meros soldados-da-fortuna partiram à descoberta do mundo e ficaram maravilhados com novas paisagens, novos costumes, novas gentes.
Nos arredores de Malaca, estão ainda bem vivos os descendentes dos cavaleiros que, em 1511, com Afonso de Albuquerque, conquistaram esta importante praça-forte. Em várias aldeias do interior da Birmânia, a herança deixada pelos soldados de Filipe de Brito de Nicote, que ali chegaram há quatro séculos, continua a manter a sua identidade. Na ilha de Samatra, o tsunami de 2004 devastou a costa leste, fazendo desaparecer praticamente uma comunidade lusodescendente ali instalada após um naufrágio ocorrido no século XVI.
Desfeitos os sonhos, o que resta da presença portuguesa no Oriente? Neste livro, o viajante e investigador Joaquim Magalhães de Castro retrata a fantástica saga das comunidades que mantêm vivas a alma e o sangue portugueses em lugares recônditos do planeta, fazendo de Os Filhos Esquecidos do Império uma obra surpreendente e ao mesmo tempo fascinante.