Logo após o final da Grande Guerra, desembarca em Caiena, na Guiana Francesa, o novo governador da colónia penal, um herói de guerra de rosto desfigurado. Está acompanhado pela mulher e pela filha, Cristiana, uma menina com sete anos, sensível, criativa e terna. Para os pais, a colónia representa a possibilidade de «redenção» e, até, de «salvação». Mas para Cristiana irá constituir uma descida aos Infernos. Confiada aos cuidados dos presidiários, educada, vestida e penteada por criminosos duros e insensíveis e por vadios meigos, a criança aprende a crescer neste mundo de monstros. E só uma pessoa a poderá salvar. A Filha do Governador ou esta «Alice no país dos presidiários» constitui uma soberba criação literária marcada pelos medos e pelos prazeres da infância, oscilando entre o riso e as lágrimas.