Quando procurava elementos sobre o seu pai, desaparecido em Angola antes da independência, em 1975, Leonor Figueiredo descobriu que o mesmo tinha acontecido a mais 250 portugueses. E que outras centenas de cidadãos passaram pelos cárceres de Angola. São vítimas portuguesas da descolonização que nunca vieram a público, e cujos nomes e testemunhos são pela primeira vez divulgados.
«Estas são histórias de luto e de dor. De cidadãos que ainda hoje se sentem injustiçados. Os 34 anos que passaram distanciam-nos dos acontecimentos, mas não apagam os factos. Nem a capacidade de nos indignarmos. O Estado português não quis – nem quer – saber. Portugal continua a ser, aliás, o único país europeu com ex-colónias que ainda não indemnizou os ‘retornados’. E, nas relações entre Portugal e Angola, tudo se passou (e continuará a passar) como se nada disto tivesse acontecido.»