Paulo Silva parte do interesse suscitado pela obra e personalidade de Fernando Namora para o conhecimento do cidadão que nelas emerge. Narrador cimeiro do século XX português, um dos nomes de referÊncia do neo-realismo (com traços de singularidade que nunca será demais revelar), o ficcionista de Retalhos, Domingo à Tarde ou O Rio Triste nunca se dissociou dos combates democráticos que precederam e se seguiram à revolução de 74, numa perspectiva que sempre pletorizou a autonomia da arte, concebida à margem de qualquer lógica instrumental em relação à esfera do político. A revelação do homem e das causas por que se bateu, desde bem cedo, constituem a surpresa deste livro.