Celeste Malpique, psiquiatra e psicanalista, faz com este livro um desvio no seu percurso e em vez de reflectir, como noutros escritos, sobre a sua prática clínica e sobra a mente das pessoas com quem se relacionou, vai ao encontro de PESSOA e nele define um núcleo íntimo, esquizóide e frágil: FERNANDO.
O título, Fernando em Pessoa, tenta explicar como o sistema heteronímico se organiza em função desse núcleo central do "Self". A complexa e caleidoscópica personalidade do POETA é fonte inesgotável de hipóteses psicodinâmicas nas quais a autora se aventura, sem, todavia, ter a pretensão de explicar a sua genial criatividade.