Neste relato de vida apreciei particularmente a viva descrição do seu primeiro passeio por Belém e a narração das atribuladas deslocações pela Amazónia e das viagens a localidades com nomes portugueses como Santarém e Alter-do-Chão. O autor pinta ainda um fresco de pitorescas personagens com quem conviveu e ilustra bem como Belém tem tanto de familiar e reconhecível para um português como de “diferente e enigmático”.
Esta narrativa revela ainda o misto de sensações, dúvidas e expetativas de um diplomata ao ser nomeado para um novo posto e o significado especial que assumem quando se trata de uma primeira colocação, já que se está consciente de que dessa experiência se poderá concluir, ou não, que a escolha da carreira foi acertada e avaliar da real capacidade de cada um para se adaptar a novas situações e resistir à “angústia do desconhecido”.
Helena de Almeida Coutinho, Embaixadora de Portugal em Lima
E é essa vivencia que o Autor deste livro, simples e rico, transmite aos leitores com lucidez e sentimento. Propositadamente, não me alongo em descrições de Belém e da sua vasta zona envolvente ou em apreciações dos seus problemas ou limitações. O livro tão pessoal, até na menção dos pequenos pormenores do quotidiano, tem tudo aquilo que estas linhas não fariam senão antecipar. Contribuirá para a solidez dos vínculos luso-brasileiros, nunca demasiadamente construidos.
Embaixador Pedro Ribeiro de Menezes