São raros os desenvolvimentos revolucionários na economia. O enviesamento conservador da disciplina e o conhecimento enraizado tornam difícil introduzir ideias novas que não estejam em linha com as teorias tradicionalmente consideradas. Contudo, a investigação sobre a felicidade tem potencial para mudar substancialmente a economia. As suas descobertas, que estão gradualmente a ser tomadas em conta pela economia convencional, podem ser consideradas como revolucionárias sob três aspectos:
• a avaliação da utilidade tal como esta é sentida pelos indivíduos (usando ferramentas da psicologia na medição do bem-estar subjectivo);
• a forma de ver o modo como as pessoas valorizam os bens, os serviços e as condições sociais, introduzindo a consideração de valores não materiais, como a autonomia e as relações sociais;
• as consequências políticas desta nova orientação, que aponta para formas diferentes de os governos influenciarem o bem¬ estar individual.
Dando ênfase à evidência empírica em detrimento de conjecturas teóricas, Bruno S. Frey substancia a sua tese: depois de descrever os desenvolvimentos principais da investigação da felicidade em economia, o autor examina a democracia e o federalismo, o emprego por conta própria e o trabalho voluntário, o casamento, o terrorismo e a televisão – e fá-lo na perspectiva nova da investigação nesta área.