Edmund Morel é, em finais da década de 1890, funcionário de uma companhia de navegação britânica.
Ao chegar do Congo, estranhou que os navios da sua companhia trouxessem valiosos carregamentos de borracha e marfim e em troca levassem apenas soldados, abastecimentos militares e armas.
O Congo era então a mais recente colónia adquirida pelo rei Leopoldo II da Bélgica.
Morel acabou por compreender, com horror, que a origem daqueles carregamentos só podia ser uma: trabalho escravo em larga escala.
Deixa o emprego e torna-se o mais importante jornalista - investigador do seu tempo.
Conseguiu, através da denúncia do regime escravatista do Congo e dos milhões de vidas humanas sacrificadas, despertar consciências e unir o mundo numa mesma causa.
Durante anos a fio foi capaz de manter esta questão nas primeiras páginas dos jornais e desmascarar o rei Leopoldo perante a opinião pública como um homem da maior voracidade, ardiloso, dúplice, sedutor, um vilão que rivalizaria com qualquer figura romanesca.
Um texto brilhante, este notável estudo que Hochschild intitulou O Fantasma do Rei Leopoldo.