Os seios de Faïna cresceram durante um Verão, o dos seus dezasseis anos. E, com os seios, apareceram os admiradores. Faïna pensava que a sua mãe, Oliko, e a sua avó, Noutsa, lhe confiariam então o mais importante dos segredos da família: como é que elas se casaram as duas aos dezasseis anos. E, sobretudo, o que é que se passa depois do casamento quando os dois esposos ficam sozinhos. Mas ninguém lhe contou nada. «É preciso casar pelo menos uma vez na vida, pequena.» Eis o que a avó Noutsa lhe repetia constantemente. Mas com quem? Com o seu primeiro namorado de sobrancelhas negras, ou o filho do camponês com o olhar de fogo? Esta história desenrola-se nu país que não existe. A União Soviética afundou-se como o Titanic, mas o mundo inteiro continua a nadar rumo a esse barco afundado para olhar através das suas vigias. Neste romance, raparigas sonham desesperadamente casar-se, inocentes deixam-se atingir a tiro à queima-roupa, mulheres despem-se e abrem as pernas deitadas na mesa da cozinha, uma mão que sai da terra agarra um homem pela canela e a sua alma escapa-se, um cadáver repousa em cima de um piano de cauda, Brejnev arrasta-se até à tribuna tentando conter os peidos. Vejam! Vejam! Aqui está a vida por trás da vigia.