Eva é filha da selva, do analfabetismo, da pobreza e da solução alternada de golpes e ditaduras militares com breves períodos democráticos.
Na atribulada biografia, a tragédia transforma-se em tragicomédia mesmo quando sofre a dor atroz de amar em vão ou de ver morrer de amor uma mulher adúltera. Nómada desde a morte da mãe e depois de abandonar a casa de um célebre embalsamador de cadáveres, o professor Jones, a sua vida segue o modela das personagens pícaras.
A sua família é composta de uma madrinha que acaba por enlouquecer; Mimi, uma mulher com corpo de Homem; e Huberto Naranjo, o único amigo de infância, seu protector e um dos primeiros a tomar parte dos movimentos guerrilheiros da América do Sul.
A prosa épica de Isabel Allende consegue fundir o destino individual e o colectivo atrvés do acaso como pretexto e fonte de coincidências. Este romance confirma Isabel Allende como uma das grandes escritoras dos nossos dias.