Nina Lugovskaia era uma jovem moscovita. Inteligente, emotiva, curiosa, atravessa as crises típicas da adolescência, acalenta grandes ambições, tem ciúmes das irmãs e ama em segredo. Mas, sobretudo, tem um olhar maduro, límpido e frio, avaliando o mundo que a rodeia com profundidade e precisão.
O seu diário – que começou a escrever aos 13 anos – representa uma das descobertas mais importantes dos últimos tempos e um tocante testemunho directo do terror estalinista, entre 1932 e 1937.
Nesta obra, ficamos a saber, pela voz de Nina, como se vivia nos anos trinta em Moscovo, onde as buscas estavam na ordem do dia, o espectro da prisão e até mesmo do gulag, era uma perspectiva real e onde a fome constituía uma presença constante. Graças às suas inflexões e sonhos, podemos sentir aquela época, descrita por uma voz viva, perspicaz, enérgica e sincera...