Se nos anais da memória
Figuram heróis famosos,
Há registos na História
De patifes horrorosos.
Como Pierre Rivière,
Cujos crimes vou narrar,
Por mais que o povo quiser
Jamais o irá olvidar.
II
Com vinte anos apenas,
A vida à mãe arrancou
E à desgraçada irmã
A mesma sorte traçou.
Sua mãe estava de esperanças
Quando o mostro a degolou
E a notícia das matanças
A todos arrepiou.
III
Não foi cedo trabalhar
Como sempre Piere iria.
Parte o pai em seu lugar
E muito o lamentaria.
Sozinho com a família
Pratica o acto feroz,
Na sua mão a arma brilha
Desferindo o golpe atroz
IV
Das vítimas se ouve o estertor,
Quando por fatalidade
Se achega ao malfeitor
Seu irmão de tenra idade.
Cai o machado fatal
Num gesto de desatino.
Deus, que castigas o mal,
Não poupes o assassino!