Encarados como sinónimo de mau gosto e vistos como uma arte menor que não valia a pena preservar, os estuques decorativos foram, durante várias décadas do século passado, quase completamente ignorados pela maioria dos estudiosos e responsáveis pelo Património nacional. Apesar das perdas irreparáveis causadas por numerosas destruições e restauros desastrosos, permanecem ainda em interiores de muitas igrejas de Lisboa interessantes exemplos desta arte, que nos permitem aferir a qualidade e a erudição dos programas decorativos e iconográficos e a extrema perícia dos seus executantes. No percurso seguido neste volume, a autora seleccionou os casos mais representativos da evolução do estuque relevado em igrejas de Lisboa, desde os raros exemplos ainda existentes do Maneirismo, no último quartel do século XVI, aos estuques marcados por revivalismos de estilos do passado, em finais do século XIX.