A cena passou-se na Primeira República, numa altura em que a honra era um valor estimado. No sítio dos Cucos, em Lisboa, ao princípio da tarde, os deputados Egas Moniz e Norton de Matos tomaram posições para dar início a um duelo de espada. Acabaram feridos, mas com a alma cheia e a honra no lugar, depois de esta ter sido deitada por terra no plenário do Parlamento. Hoje os duelos são outros. Os nossos políticos já não usam espadas, bengalas, nem sequer os punhos como noutros tempos, preferem usar o vasto vocabulário que têm ao seu alcance, onde não faltam animais de todos os feitios e cores, trocadilhos marotos e palavras dirigidas aos familiares uns dos outros. Será que estes políticos estão loucos? As jornalistas de política Catarina Madeira e Márcia Galrão trazem-nos mais de cem histórias passadas entre o plenário, os corredores e os bastidores da Assembleia da República. Uma grande casa de família, cheia de tramas, discussões acesas, momentos de emoção, com lágrimas e discursos de despedida, momentos de negociação onde não faltaram ameaças, traições e trocas de cadeiras, cenas de risota pegada, de saídas pela porta dos fundos, de momentos insólitos com fantasmas e ladrões à mistura...