A actual crise financeira e económica tem suscitado um renovado interesse pelo Estado, pela sua intervenção, pela sua virtual capacidade de pilotagem e conformação social (ou, mais precisamente, «societal»). Este «entusiasmo pelo Estado», prenhe de um Keynesianismo romanceado, não olha para o Estado enquanto forma histórica de organização politica das comunidades humanas. Olha, isso sim, com zelo pragmático e nostalgia ideológica, para uma das «formas de vida», hipóstases ou «incarnações» do Estado: a do Estado interventor. No actual patamar de desenvolvimento das formas de composição politica, talvez seja ainda suficiente, mas é inegavelmente pouco.