Ainda a curar-se da ressaca do fim-de-semana, uma manhã de terça-feira o funcionário de uma pequena editora recebe um envelope branco com letras trémulas. Dentro dele encontra as primeiras páginas de um livro de confissões escrito por uma certa Ariadne, que promete contar a sua história com um amante secreto e, depois, suicidar-se.
Atormentado por sonhos românticos, esse boémio frustrado com o seu casamento e infeliz no trabalho, decide descobrir quem é Ariadne e, se possível, salvá-la da morte anunciada.
Na mitologia grega, ela ajuda Teseu a sair do labirinto. Luis Fernando Verissimo cria uma Ariadne ao contrário, que vai enfeitiçando o protagonista e os seus amigos de bar, os deliciosos e risíveis espiões deste livro. Linha a linha, como um fio costurando a comédia ao drama quotidiano, Verissimo constrói a teia de onde os seus personagens talvez não escapem – um universo alegórico, diabolicamente engraçado e culto, que também captura o leitor até ao final desse enigma.