A notícia da implantação da República no Brasil, a 15 de Novembro de 1889, foi recebida pelos republicanos portugueses com um entusiasmo quase redentor. No entanto, embora tenha sido recorrentemente exaltado para fins propagandísticos, o exemplo brasileiro acabou por ter uma presença sobretudo retórica no discurso do republicanismo português, sem que o seu modelo político tenha sido sujeito a uma análise crítica consistente.
A imagem da república irmã serviu essencialmente o projecto cultural patriótico da I República portuguesa. Da fraternidade luso-brasileira paulatinamente se chegou ao luso-brasileirismo como discurso político ao serviço da consolidação de um nacionalismo republicano, assente na ideia de um Portugal maior.