Em 1492, a Espanha dos Reis Católicos expulsa os seus Judeus ou força-os à conversão. Em 1498, morre o inquisidor geral, irmão Tomás de Torquemada. Durante todo o século XV castelhano e ibérico, uma série de factos, de escritos políticos, de obras literárias e de correntes de opinião explicam estas datas e o destino singular dos dois Torquemada que se sucederam de 1388 a 1498: João o cardeal, reformador dominicano, e Tomás, o inquisidor. Este período é estudado nesta obra através destas duas personalidades no seu contexto, do seu meio e das sensibilidades expressas a favor ou contra os Judeus e os convertidos, a favor ou contra o poder real progressivamente centralizado e dirigido pelos Reis Católicos.
A obra culmina com a apresentação de dois personagens que, de certa forma, sintetizam as sensibilidades antagónicas do século: o cardeal João Torquemada, humanista inteligente e piedoso, defensor católico dos judeus; e Tomás de Torquemada, sobrinho do primeiro, responsável máximo da Inquisição de Castela e Aragão, e, desde então, a personificação da própria crueldade.