É a estação de verão. os pássaros cantam o seu hino à liberdade . Uma brisa
morna de Julho, vaimurmurando com a folhagem dos altos salgueiros, que
bordejam as margens do rio. . O homem, olha ao longe a cintilação da água a
correr para a foz. Não voltara mais àquele lugar, desde que saíra dali com
um maço de notas e Esmeralda no coração. Ricardo, hoje sabe que a tarefa
mais difícil para o homem, é conhecer-se a si mesmo. A maioria de nós tem
uma vida para o fazer porém, nunca o faz, porque todos somos seres
inacabados, porque a alma tem ambições de infinito. Tudo ficara para trás
menos, aquele chão, aquela relva orvalhada onde, pela manhã iam ver o sol
nascer no seu Olimpo. Ela aceitara o seu pedido de ir com ele com os olhos
brilhantes e um sorriso feliz.. UM dia vira no jornal o anúncio de venda da
quinta e resolveu comprá-la. Ricardo, olha da janela o mês de Agosto, a
deslizar suave e morno sobre aquele chão. O luar é transparente e musical
como um som de violino. Desceu as escadas, percorreu a alameda que o levava
ao rio. Esmaíta, ensinara-lhe a sentir a musicalidade contida nos elementos
da natureza. Sim fora com ela que começara a ver que a harmonia do cosmos se
manifesta no som que nos energisa e nos faz chegar à essênciada realidade
universal. O homem, sentado numa cadeira na margem do rio, Tem os olhos
fitos nacorrente branda. Não o admira o luar tão claro, tão claro como o som
de violino ; não o admira ao ver Esmeralda dançar sobre as águas serenas.
Quando acorda, o rio continua a sua viagem e o céu está negro como breu e as
estrelas indiferentes, cintilam a sua eternidade.