«És puta e drogada. Achas que a polícia vai acreditar em ti ou em mim, um empresário de sucesso?»
Há um negócio que sempre prospera, ilegal, imune à austeridade. Da Turquia ao Japão, da Palestina ao Camboja, do Reino Unido ao México, o tráfico humano atravessa o mundo inteiro, invisível aos cidadãos e ignorado por políticos que fingem não ver — ou que dele também dependem.
Estima-se que cerca de 80 por cento das vítimas do tráfico são entregues à prostituição. Num trabalho de investigação excecional que se prolongou por vários anos, Lydia Cacho desmascara os criminosos e acompanha o rasto das vidas por eles destroçadas.
Em Escravas do Poder, falam na primeira pessoa traficantes de droga e de armas, mafiosos e proxenetas, além das próprias cativas que conseguiram escapar ao carrossel do tráfico.
Relato desassombrado das ligações tentaculares do tráfico sexual a um sem-número de indústrias — o turismo, a pornografia, o contrabando, a venda de órgãos e o terrorismo —, tudo depende desta rede global e sem lei, e todos pagamos sem saber o preço destas vidas.