NÚMERO 100 DA COLECÇÃO «TRAJECTOS»!
A Gradiva comemora a publicação do número 100 da colecção «Trajectos» com a edição especial de uma obra singular.
A Era do Deslumbramento é um livro único, de história e de história da ciência, que venceu o Prémio da Royal Society. Segundo o próprio autor, o reputadíssimo Richard Holmes, «é uma corrida de estafetas de histórias científicas, que se interligam para explorar a narrativa histórica mais abrangente» de uma época. Incide sobre a revolução científica que teve início na Grã-Bretanha no final do século XVIII e produziu uma nova visão da ciência e do mundo.
Esse período romântico é, de uma forma simbólica, balizado por duas célebres viagens de exploração: a expedição de circum?navegação do capitão James Cook a bordo do Endeavour, em 1768, e a viagem de Charles Darwin às ilhas Galápagos, a bordo do Beagle, em 1831. Essa é a A Era do Deslumbramento, que trouxe intensidade imaginativa e carácter empolgante ao trabalho científico. Esta manifestou-se, entre outros aspectos, pela ligação das descobertas a personalidades individuais.
Richard Holmes é um excelente contador de histórias e, por isso, trata as teorias focando-se nas pessoas. Apresenta e reflecte sobre as várias questões da ciência, mas tudo se traduz no fim, afinal, numa narrativa admirável de histórias humanas empolgantes e factos históricos decisivos. Richard Holmes capta o pulsar das descobertas científicas e o sentimento dos homens que as realizaram, reconstituindo o contexto dessa época tão marcante no percurso da aventura humana.
Considerado o Melhor Livro do Ano para o New York Times Book Review, A Era do Deslumbramento é uma obra de grande fôlego, informativa e de leitura compulsiva, acessível e cativante.
«Extraordinário... Uma fusão ambiciosa e inteligente de história, arte,
ciência, filosofia e biografia.»
The New York Times
«Copioso e brilhante, um livro maravilhoso.»
Claire Tomalin, Guardian
«Emocionante: um quadro de uma ousada aventura nas estrelas, pelos oceanos, na profundeza da matéria, da poesia e da psique humana.»
Independent
«Como a geração romântica descobriu a beleza e o temor da ciência? Esta é a pergunta subjacente a esta obra extraordinária, que assinalará os cem números da colecção «Trajectos» da Gradiva. Richard Holmes, um experimentado escritor que liga o humanismo ao espírito científico e à compreensão da História humana, acompanha-nos num percurso fascinante em que as descobertas científicas desde o final do século XVIII resultam de uma nova relação com o conhecimento e a experiência. A obra é apaixonante. A Era do Deslumbramento é a demonstração da importância de um tempo de redobrada atenção relativamente a tudo o que nos cerca, não só para sabermos mais, mas também para vivermos melhor. Holmes descreve de um modo acessível, rigoroso e natural, sem cedências à facilidade, como se criaram condições para as descobertas científicas contemporâneas. E nada melhor do que contarmos com três referências, com três cientistas, que nos ajudam, graças ao escritor, a perceber o caminho interminável e decisivo em que estamos lançados. A ciência é uma aventura partilhada, de que não podemos prescindir. Com Sir Joseph Banks (1743-1820), William Herschel (1738-1822) e Humphry Davy (1778-1829), um botânico, um astrónomo e um químico, somos convidados a fazer viagens extraordinárias que abrem portas sucessivas para o conhecimento, a compreensão e a aprendizagem. E Richard Holmes ensina-nos que os cientistas como os poetas precisam de sentido de deslumbramento, de humildade e de sentido de humor para poderem compreender o mundo e a vida. Nada do que é humano ou do que é natural lhes é estranho. Oceanos, estrelas, natureza e mente humana estão na primeira linha dos nossos interesses. Tudo exige trabalho, pesquisa, dúvida. A aprendizagem é o que define o desenvolvimento. E a Royal Academy, fundada em 1660 e hoje presidida por Sir Paul Nurse, aparece-nos como exemplo de cooperação, de exigência, de persistência e de dúvida metódica. Nada se consegue sem espírito de equipa, sem acção continuada. Mas o espírito científico obriga à experiência e ao sentido crítico. Urge entender a importância do saber de experiências feito. Daí o lema da Royal Society, que está subjacente a esta obra e que nos foi legado por Horácio - «Nullius in verba». De facto, o cientista não pode tornar-se servo da palavra de outrem ou de uma suposta realidade fechada sobre si. O espírito científico, o sentido crítico obrigam a estudar sempre e infatigavelmente, em procura do caminho de conhecer mais e melhor.»
Guilherme d'Oliveira Martins