Enquanto caminhava para o terminal de camionagem, Sousa foi pensando na alhada que se lhe deparava: uma mulher a parir um filho cujo pai desconhece, uma freira, um casal estéril, uma criança abandonada, um marido cornudo, não, não era por esta ordem, que confusão, afinal, o Agente era capaz de ter tomado a atitude que a freira tomou, era capaz de ter tomado as atitudes que todos os intervenientes tomaram, excepto, claro, a de abandonar a criança! Porque o busílis da questão residia nisso: como é que a criança aparece abandonada?”
Frontal, irónico, às vezes mordaz, José Carlos Moreira transforma uma investigação aparentemente banal num caso raro de mistério e suspense. Onde a verdade assume várias perspetivas, dependendo da boca que a conta…
Neste seu terceiro romance, o autor elege o jovem agente Sousa como protagonista de uma complicada trama de acontecimentos e coincidências (?), que nos leva a parar apenas… na última linha.