"A formação e a investigação no campo da saúde ficará marcada, na última década deste século, em Portugal, pela emergência e afirmação de um subsistema do Ensino Superior Politécnico vocacionado para a formação de profissionais da saúde, nomeadamente no domínio da enfermagem e dos técnicos de diagnóstico e terapêutica. Numa "paisagem profissional" tradicionalmente polarizada em torno da profissão médica e tutelada por um modelo de referência (modelo biomédico) marcado pela racionalidade técnica, tem-se vindo a assistir a um processo de recomposição e qualificação de grupos profissionais que é concomitante com a articulação entre a formação o a construção e afirmação identitárias. 0 corpo profissional dos enfermeiros é disso mesmo o exemplo paradigmático.
Aprender a ser enfermeiro constitui um processo permanente que atravessa toda a trajectória profissional e implica a articulação simultânea de um conhecimento de si, de um conhecimento dos outros e de um conhecimento do mundo. A produção de cuidados de saúde, e em particular a produção de cuidados de saúde a idosos está muito longe (felizmente) de poder ser circunscrita a uma questão de natureza técnica, resolúvel,# partir de processos cumulativos de conhecimento. 0 trabalho realizado
por Arminda Costa, agora publicado, ajuda-nos muito a compreendê-lo".
Rui Canário, Professor da FPCIE - UL