Pode parecer estranho colocar a questão da identidade dos grupos e dos indíviduos num contexto de produção económica onde existe a tendência para não se falar senão de técnica, investimento, organização e clientes. E contudo o desenvolvimento do mercado numa economia mundializada, obriga as empresas a procurar nos recursos humanos um acréscimo de competências individuais e de capacidades de mobilização e de regulação colectiva para construir uma nova vantagem competitiva na concorrência global. Com o desenvolvimento das práticas de gestão de recursos humanos, os sociólogos defrontam agora uma questão relativa a um novo tipo de problema social na produção. (...)
As nossas próprias pesquisas e as de numerosos colegas em França e no mundo ocidental (Hofstede, Segrestin, Dubar, Alter, Filion) revelaram a existência e o papel das identidades no trabalho. (...)
As pesquisas efectuadas em Portugal, na mesma linha, por Duarte Pimentel e a sua equipa, fornecem elementos importantes para compreender esta regulação identitária no contexto actual das empresas portuguesas.
Renaud Sainsaulieu