A 27 de Maio de 1977, uma manifestação contra o MPLA levou ao massacre de milhares, senão dezenas de milhares, de pessoas. Hoje, praticamente não se fala desta tragédia em Angola; no estrangeiro, ninguém sabe sequer da sua existência.
A jornalista Lara Pawson investigou os acontecimentos, e considerou-os em tudo equivalentes «aos massacres ordenados por Robert Mugabe, [...] e aos assassínios em massa da ditadura de Pinochet».
Entre Londres, Luanda e Lisboa, Pawson conseguiu o que até aqui nunca fora possível: passados 40 anos, vítimas e testemunhas - ainda hoje sob a tensão do medo -, e até mesmo alguns dos carrascos, decidiram falar sobre o massacre, numa série de empolgantes entrevistas.
João Van Dúnem, irmão de José, um dos líderes da revolta, bem como actuais membros da elite angolana - por exemplo, Ndunduma Wé Lépi, ex-director do Jornal de Angola, ou Aníbal João da Silva Melo, deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA - contam-se entre os muitos testemunhos que a autora reuniu.
Uma leitura indispensável para a história do massacre e suas sequelas, mas também para o melhor entendimento da actualidade angolana.
CRÍTICAS DE IMPRENSA:
«Com grande sagacidade, coragem e compaixão, Lara Pawson analisa minuciosamente as dimensões políticas e humanas deste massacre esquecido. Em Nome do Povo presta um enorme serviço não só à história angolana, como a todos nós. Leitura obrigatória.»
Teju Cole