Portugal está hoje mergulhado numa profunda crise. A emigração volta aos níveis dos anos 60, o desemprego atinge níveis nunca antes vistos, a fome alastra entre vastas camadas da população.
Historicamente, encarámos outros dédalos e encruzilhadas. Nesses momentos dramáticos, em que o futuro de um povo se joga e se determina por muitas décadas, sempre que se assistiu a uma renovação de elites, a uma viragem de perspectiva procurando o seu próprio caminho (casos de 1385, 1640, 1975), a sociedade progrediu e colectivamente armou-se, pelo contrário quando os interesses instalados e as velhas elites se consolidaram o país murchou e definhou, atrasando-se profundamente.
Hoje a questão que se coloca é a de saber se as actuais elites que nos dirigem, empregam e governam estão em condições de desatar o nó górdio e com a sua acção resoluta de liderança nos domínios político, económico, científico e ético, conduzir a sociedade na senda do progresso.
A tese que se apresenta, defende e demonstra é a de que as actuais elites, com o seu egoísmo, a sua aversão ao risco e á inovação, a sua ignorância, a sua incompetência e imobilismo, o seu conservadorismo, a sua origem estrangeirada, a sua reduzida dimensão e ausência de mecanismo de renovação, não estão à altura dos desafios e que o seu apego às rédeas do comando apenas nos pode levar pelo caminho inclinado do declínio e da decadência rumo a um crepúsculo triste e amargurado.