A paixão lendária de Gustave Flaubert pela palavra precisa ofuscou o que ele próprio conseguiu com le mot juste. Insistia que o tema não conta. Dizia que não há 'temas bons ou maus...' Com 'A educação sentimental' (1870), Flaubert retorna ao realismo. Inicialmente a obra foi recebida com pouco interesse; no entanto, foi tida pelos críticos posteriores como modelo de análise dos costumes sociais, e equiparável à obra 'Madame Bovary'. O romance revela um fundo autobiográfico, no qual Frederico Moreau, personagem central, é uma evocação do próprio Flaubert jovem, com um painel social dos anos agitados da 'monarquia de julho' de Luís Filipe que culminaram na revolução de 1848. Mostra o ruir das ilusões românticas, como em 'Madame Bovary', e, por outro ângulo, o panorama convulsionado da época.