O presente trabalho aborda a obra de Eduardo Lourenço pela perspectiva da Filosofia da Cultura, seguindo as propostas de J. A. Pérez Tapias na sua obra Filosofía y Crítica de la Cultura, no âmbito da qual considera que filósofo da cultura será aquele que apresenta preocupações de índole metafísica, utiliza um modelo hermenêutico através do qual procura compreender a esfera cultural e desenvolve uma reflexão tendencialmente utópica. Partindo desta hipótese de trabalho, procurou-se detectar na obra de Eduardo Lourenço precisamente esse conjunto de características definidoras da área da Filosofia da Cultura, bem como a sua particular articulação e evolução, ao longo de mais de 5 anos de ininterrupto labor ensaístico. Maria Manuel Baptista recolhe e utiliza, pela primeira vez, praticamente toda a obra de Eduardo Lourenço, cujos ensaios se encontram, na sua maioria, espalhados por diversas publicações periódicas, nacionais e estrangeiras. Em anexo, são apresentadas cerca de 15 referências de ensaios do filósofo, dos quais cerca de 35 foram já recolhidos em obras pelo próprio autor, cerca de 5 nunca foram recolhidos e tornados acessíveis, restando ainda cerca de outros tantos que dizem respeito a ensaios republicados uma ou mais vezes. Eduardo Lourenço: A Paixão de Compreender ficará como uma obra incontornável para o estudo daquele que é seguramente o grande pensador português do nosso tempo.