Extraído o material clínico, “trabalhei-o com o método fenomenológico adaptado às ciências psíquicas, nas suas duas variantes capitais, a compreensiva e a estrutural. Esta via científica conduziu-me a distinguir, na obra genial de Cervantes, três registos ou níveis compreensivos e estruturais. Tal distinção constitui a coluna vertebral deste livro que o amável leitor começou a ler. Podemos enunciar estes três registos oferecidos pela leitura fenomenológica de Dom Quixote como realidade, espírito e mito.
O plano da realidade está ocupado pela pessoa do fidalgo Alonso Quijano, transformado em Dom Quixote, ao sofrer um impacto de um transtorno mental, identificado nestas páginas como um episódio maníaco ou hipertímico”.
Quanto aos outros dois níveis, o leitor terá oportunidade de os conhecer ao longo da obra.