A trupe acabou de representar O doente imaginário. No palco, Molière, que faz o papel principal, deu sinais de mal-estar. Poucas horas depois, em casa, deitado no seu leito, ainda sentindo-se mal, sussurra à única pessoa presente no quarto: «Fui envenenado». O homem que ouve a revelação sai em busca de um padre. Por que fez isso? Não teria sido mais adequado correr atrás de um médico? A narrativa de Rubem Fonseca - um dos grandes escritores brasileiros contemporâneos - revive o esplendor e as intrigas da corte de Luís XIV, dando ao leitor o prazer de «assistir» às peças de Molière e levando-o a perguntar-se ao longo de toda a leitura: «Quem foi o assassino?».