«Num mundo saturado de discursos, inebriado pelo barulho ou pelo fluxo contínuo de informações, David Le Breton propõem-nos reconsiderar o silêncio, ao encontro da ideologia da comunicação, como única possibilidade do pensamento e portanto de uma palavra “presente”. Com efeito, o que vale uma palavra sem a pausa que permita acolhê-la, entendê-la? Para o pensador, o silêncio é uma modalidade de sentido e não uma simples ausência, a paragem de um discurso proliferante. Silêncio do respeito e do recolhimento, do êxtase e do sagrado; mas, também, ditadura, comercialização, ambiguidade ou recalcamento do silêncio, são aqui encarados, por David Le Breton, neste livro paradoxal – uma vez que franqueia alegremente a barreira do mutismo – e para o qual ele “sonhou, em vão, costurar as frases sobre um tecido de silêncio”.»