Maria Judite de Carvalho é uma das maiores autoras da literatura portuguesa do século XX.
Os contos e as novelas relatam-nos histórias que subtilmente estilhaçam as aparências do dia a dia.
As crónicas publicadas nos jornais da cidade de Lisboa são textos que silenciosamente corrompem estereótipos quase imperceptíveis da nossa pequena sociedade.
Mas como evidenciar a importância dos “Diários de uma dona de casa” assinados por Emília Bravo?
E quem se lembra daquela voz que testemunhou os hábitos e os costumes femininos (1971 – 1974) no suplemento “Mulher” do Diário de Lisboa?
Esta antologia surgiu com a intenção de realçar mais uma vertente cultivada pela cronista e que permaneceu esquecida (ou desconhecida) do grande público.
Emília Bravo envolve-nos numa conversa e mostra-nos, de uma forma contundente, o quotidiano das mulheres portuguesas: das donas de casa, das empregadas de escritório e das mulheres que ficaram irremediavelmente solteiras.
São ecos do passado, mas que, ainda hoje, surpreendem e fazem pensar nos pequenos da nossa vida diária.
Por isso, convidamos o leitor a ler o livro e a estar atento, bem atento, à voz acutilante e perturbadora de Emília Bravo.