Em 1942 havia, seguramente, tardes em que a guerra e a Ocupação pareciam longínquas e irreais nestas ruas. Excepto para uma jovem chamada Hélène Berr, que sabia estar no mais fundo da infelicidade e da barbárie: mas era impossível dizê-lo aos transeuntes amáveis e indiferentes. Então, escreveu um diário. Teria o pressentimento de que muito mais tarde, no futuro, haveria quem o lesse? Ou recearia que a sua voz fosse abafada como as de milhões de pessoas massacradas sem deixar rasto? No limiar deste livro, devemos agora calar-nos, escutar a voz de Hélène e caminhar a seu lado. Uma voz e uma presença que nos acompanharão toda a vida.