Este livro é inegavelmente uma obra de contos – uns tirados da imaginação do autor, outros recolhidos da tradição popular nordestina.
Pode ver-se também como uma colectânea de crónicas do quotidiano de uma aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros (Grijó, mais precisamente) em pleno Verão.
Finalmente é possível encarar este trabalho como o resultado de uma actividade de captação não só de elementos da etnoficção trasmontana (como já ficou assinalado acima), mas principalmente da linguagem popular que hoje já só vemos usada, e pouco, pelos idosos que vão sobrevivendo aos ventos do presente e resis tindo à normalização imposta pela televisão
e demais órgãos de comunicação de massas.
Resumindo: conto, crónica, recolha – tudo misturado numa obra compósita que pretende ser o retrato comovido (embora bem-disposto) de um mundo em extinção: o mundo rural do Nordeste português. Para que se saiba como foi.