«BOCAGE FAZIA GRANDE APREÇO DAS COMÉDIAS DE ANTÓNIO JOSÉ. [...] INDO EU UMA VEZ VISITÁ-LO, DURANTE A SUA ÚLTIMA ENFERMIDADE, ACHEI-O DE BRUÇOS SOBRE A CAMA, COM UM LIVRO NA MÃO, E RINDO COMO UM DOIDO.
-QUE LIVRO É ESSE - LHE PERGUNTEI-, QUE TE CAUSA TANTA HILARIDADE?
-SÃO- RESPONDEU - AS ÓPERAS DO JUDEU, E ACHEI AQUI NO D. QUICHOTE UMA IDEIA TÃO BUFONA, TÃO EXTRAVAGANTE QUE ADMIRA HAVER ESCAPADO A CERVANTES. [...]
José Maria da Costa e Silva, Ensaio biographico-crítico sobre os melhores poetas portuguezes.
O que acontece quando um soldado Peralta e um diabinho da mão furada se tornam companheiros de aventura, numa viagem entre o Alentejo e Lisboa?
Publicada pela primeira vez em 1861 com o título Obras do Diabinho da Mão Furada, a Novela Diabólica de António José da Silva - mais conhecido pelo cognome de Judeu - seria assim subintitulada em posteriores reedições, acabando por tornar-se popular pela ampla discussão em torno da sua autoria.
A presente edição do Diabinho da Mão Furada tem intenções pouco belicosas: importará mais levar o texto aos leitores do que prosseguir a cruzada das restituição autoral. Ou, abreviando, «Faze o sinal da cruz primeiro que leias, para que o mau fuja de ti e o bom te persuada.»
Ilustrações de Lucy Pepper.