«Como se pode viver assim, sem poder distinguir o verdadeiro do falso?», interroga, e interroga-se, um dos personagens de O Dia Mastroianni. Relatando 24 horas da vida de Pedro Cassavas e Tomás Anselmo, João Paulo Cuenca faz o retrato de uma geração. Como observou Fabrício Carpinejar, «o problema hoje não é não ter assunto para escrever, é não ter vida para definir e fundamentar uma história. A partir das 24 horas de peripécias dos amigos Pedro Cassavas e Tomás Anselmo, Cuenca cria um romance picaresco. [...] Os parceiros circulam do arrebatamento ao nojo e vice-versa. Volúveis, voláteis. Ao mesmo tempo em que alfineta a ausência de atitude e engajamento da nova geração, que prefere ficar em casa dos pais e casar tarde, Cuenca indica um alto grau de cumplicidade que anula o moralismo. Critica e se diverte (e não deixa de se inserir como vítima da própria crítica).»