Esboçando uma panorâmica geral da história da Índia, desde o seu passado extraordinário de desenvolvimento científico, com descobertas no domínio da matemática e da física feitas centenas de anos antes dos europeus, e daí ao caminho marítimo de Vasco da Gama e ao domínio dos ingleses, passando à independência duramente conquistada e à separação do Paquistão e Bangladeche, Eugénio Viassa Monteiro traça depois aquele que foi o erro monumental do socialismo de economia planificada, que deixou a Índia a marcar passo nas suas primeiras quatro décadas de vida.
Caído esse outro «Muro de Berlim», como lhe chama o autor, a Índia pôde então libertar-se e lançar-se à aventura da livre-iniciativa de mercado, fazendo valer a imensa inventiva e empreendedorismo dos seus cidadãos.
De um país deprimido e recordado sobretudo pela sua pobreza, a Índia passou a ser vista como uma promessa da economia mundial, do software à indústria médico-farmacêutica e à deslocalização de serviços, prometendo ainda mais para o futuro, com as revoluções que promete operar no domínio do sector automóvel e da produção agro-alimentar, e o muito que tem para crescer na área do turismo (tem hoje menos de metade dos turistas de Portugal).
Analisando uma série de casos de estudo, como dois dos maiores grupos indianos, o centenário Tata Group e o mais recente Bharti Enterprises, ou a rede de cuidados oftalmológicos Aravind Eye Care System (primeira vencedora do Prémio Champalimaud de Visão), Eugénio Viassa Monteiro aborda também a importância do microcrédito e das novas tecnologias, permitindo que esta verdadeira revolução económica chegue a todos os estratos, e contrariando assim a antiga visão de que a economia de mercado só pode favorecer os grandes.