Muitos fazem diagnósticos, António Carrapatoso apresenta soluções. É isto que distingue Desatar o Nó da maioria dos livros publicados nos últimos tempos sobre as várias crises com que Portugal tem sido confrontado: crise financeira, crise económica, crise do Estado Social, crise do Estado de Direito, crise do sistema político, crise de valores e ¿ porventura a mais funesta ¿ crise de confiança. Sobre todas elas António Carrapatoso se pronuncia e para cada uma propõe saídas. Nesta colectânea de textos publicados na Imprensa ao longo da última década, é fácil perceber como as ideias de António Carrapatoso têm algo de «revolucionário». Isto num país onde, como denuncia, o Estado e, em seu nome, os governos ¿ e, através destes, os partidos ¿ exercem um poder tentacular, muitas vezes num conluio promíscuo com poderes e interesses privados. António Carrapatoso quer que a tutela da sociedade resida no cidadão e não no Estado. Ideias ousadas como esta só poderiam partir de um homem com uma experiência de liderança muito bem sucedida no mundo empresarial e que nunca se dispensou da intervenção cívica, em defesa de uma certa ideia para Portugal. Tem, por isso, créditos firmados para merecer a nossa atenção.