Que fazer perante o número crescente de crentes que não frequentam a igreja?Terá o Papa de continuar a governar sozinho a Igreja?Qual o lugar de Fátima na Igreja?Será que a Igreja, hoje, está ao lado dos pobres, imigrantes e marginalizados?Quando verão as mulheres respeitados os seus direitos na Igreja?Como responder à homossexualidade, à sida, à pedofilia?Como dialogar com as outras Igrejas e religiões?Pode e deve a fé conviver com a ciência?
De João Paulo II, Bento XVI herdou uma Igreja que, no dizer de Olivier Le Gendre, se encontra «numa viragem da sua história», perante a necessidade de «rever um modelo de funcionamento que foi a sua glória e o seu poder», que não poderá insistir em ver-se «de forma diferente da que é vista pelos cristãos» e que, em vez de permanecer pesarosa pela sua perda de influência, designadamente no Ocidente, terá antes de tentar recuperar a sua «força de atracção». São, de facto, grandes os desafios com que o novo Papa terá de confrontar-se. Alguns respeitam à humanidade em geral e vão da geopolítica e dos Direitos Humanos à bioética e à Europa, passando pela secularização, ciência, multiculturalismo, diálogo inter-religioso, sexualidade(s) e comunicação social. Outros são mais do foro interno da Igreja, como a descentralização, o diálogo ecuménico, a vida dos religiosos e a religiosidade popular. Todos estes desafios são equacionados por um conjunto de personalidades portuguesas de reconhecida competência nos respectivos domínios.