O tema «decrescimento» soa como um desafio ou uma provocação, mesmo sabendo que um crescimento é incompatível com um planeta finito.
O objetivo desta obra é demonstrar que se uma mudança radical é de absoluta necessidade, a escolha voluntária de uma sociedade de decrescimento é uma aposta que vale a pena ser ensaiada para evitar um recuo brutal e dramático. Trata-se, portanto, de uma proposição necessária para reabrir o espaço da inventividade e da criatividade do imaginário,
bloqueado pelo totalitarismo economicista, desenvolvimental e progressista. É evidente que esta proposição não tem por objetivo louvar o decrescimento pelo decrescimento. Ela apenas tem sentido numa «sociedade de decrescimento», isto é, no quadro de um sistema assente numa outra lógica.
Falta o mais difícil: como construir uma sociedade sustentável, incluindo o Sul? É necessário explicar as diferentes etapas: mudar de valores e conceitos, mudar de estruturas, relocalizar a economia e a vida, rever os nossos modos de usar os produtos, responder ao desafio específico dos países do Sul. Por fim, é necessário assegurar a transição da nossa sociedade de crescimento para a sociedade de decrescimento através de medidas apropriadas.
O decrescimento é um desafio político e é desde já certo que terá de estar presente em todos os debates e agendas políticas.