A morte desperta no ser humano um misto de enorme curiosidade, inquietação, receio e fascínio. Ela está sempre presente no nosso íntimo e em tudo. Constitui sempre um momentum, uma transformação, uma passagem, um final e um começo. Tudo no Universo é relativo e transforma-se, ciclicamente. Tudo o que existe vibra, emite um som, denota um movimento, nem que seja uma ténue radiação, ao nível do incessante pulsar atómico. Morte e vida complementam-se, equilibram-se, e uma não pode ser estudada, nem subsistir, sem a outra. Se vencermos o interdito que tenta manter a morte silenciosa, assustadora e longínqua, se a olharmos de frente e aceitarmos o desafio de sobre ela reflectirmos, com alguma serenidade, iremos descobrir-nos um pouco mais, viveremos melhor, com mais confiança, e teremos, certamente, uma maior consciência da vida.