De forma sumária, na «defesa à zona» a grande preocupação é «fechar como equipa» os espaços de jogo mais valiosos, para colocar a equipa adversária sob constante constrangimento espaço-temporal. Procura-se, no fundo, gerir colectivamente o espaço e o tempo no jogo. Para isso, os espaços como grande «referência-alvo» de «marcação», a posição da bola e, em função desta, a posição dos companheiros como principais «referências de posicionamento», são três pressupostos tácticos fundamentais. São estas referências defensivas colectivas que permitem obter superioridade posicional, temporal e numérica na defesa. Fundamentalmente, ao manifestar-se, a «zona» expressa um «padrão defensivo colectivo», complexo, é verdade, mas também dinâmico e adaptativo, compacto, homogéneo e solidário. Serão estas «propriedades», emergentes da coordenação colectiva, a dar verdadeira coesão defensiva à equipa. Esta forma de organização revela-se, como tal, não só a mais eficaz defensivamente, mas também uma necessidade face à «inteireza inquebrantável» que o «jogar» deve manifestar. Não é de estranhar, portanto, que este seja o «padrão defensivo» das equipas de top. Porém, no futebol Português, parece desconhecer-se o que é verdadeiramente a «defesa à zona». Só este facto justifica o «padrão defensivo» que a quase totalidade das equipas apresenta: um «jogo de pares» onde as equipas procuram «encaixar» no adversário.