Não vejo nada
porque sou cego
Mas por que haveria eu de ver
Com todos os defeitos que tenho
Que carrego desde o acto de nascer
Fora a cegueira o maior
Seria fácil de viver
Mas há outros bens mais graves
Dos quais me custa falar…
Aqueles desejos loucos...
De me dar... de me dar...
Sempre à espera duma troca.