"(…) nunca encontrei traço linguístico que se me tenha imposto como provindo necessariamente de um substrato africano".
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“Confirma esta hipótese o facto flagrante de se verificarem estreitas afinidades em linguagens ultramarinas de formação portuguesa tão afastadas umas das outras, como o cabo-verdiano, o brasileiro, o indo-português e os crioulos da Ásia e da Malásia”.
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"O líquido a apurar da questão é que é extremamente difícil afirmar com segurança se este ou aquele tratamento resulta do influxo específico de línguas não europeias. Parece-me que só quando dispusermos de uma bagagem de estudos que abranjam a linguagem das zonas ultramarinas que forneceram o substrato, a história das suas culturas, as relações entre língua e cultura, entre raça e cultura, as circunstâncias do povoamento e da vida histórica das sociedades formadas com o descobrimento europeu, poderemos determinar a medida em que as línguas não europeias contribuíram para a fisionomia actual de tipos de linguagem ultramarina como os crioulos”. BLS introdução ao D.L.