A'ida vive na decrépita e poeirenta cidade de Suse. Xavier, o seu amante insurgente, está preso. As cartas resolutas, sensuais e ternas que A'ida lhe escreve relatam os acontecimentos do dia-a-dia da cidade e do seu conjunto heterogéneo de habitantes cujas vidas se entrecruzam com a sua. Mas Suse encontra-se sob ameaça e, à medida que um poder desconhecido avança inexoravelmente vindo do exterior, os mais ínfimos pormenores e actos de humanidade – uma dança íntima, uma refeição partilhada ¬ – constituem para A’ida uma afirmação de vida, actos de resistência contra as forças que de outro modo poderiam extingui-los. De A para X é uma poderosa análise da forma como a humanidade se afirma pela luta, ao imaginar uma comunidade que, cercada pelo imperialismo económico e militar, encontra a esperança transcendente na dor e na fragilidade, na vulnerabilidade e na mágoa da existência diária.