«Talvez porque muito cedo Torga se soube ou quis um "predestinado". A quê? Sem dúvida a ser uma dessas figuras de vitral, essa espécie de seres à parte, únicos, destinados a iluminar caminhos alheios como um Moisés a quem se identificará no mais célebre poema-mito, e mitificante, dos muitos onde essa figura profética reiteradamente se confirma e se glosa. Profeta de si mesmo, entenda-se, em nome próprio ou através das múltiplas máscaras ostentatórias onde o reconhecemos, Job, Jonas, Lázaro.» Eduardo Lourenço, In Prefácio