Deriva dos subúrbios, dualismo da sociedade, drama dos fins do direito, mendicidade dos sem abrigo, “escravidão” e divisão por zonas dos jovens, nova pobreza e precarização das massas, isolamento social de certas categorias fragilizadas da população... A não integração, saída de uma revoltante actualidade, transformou-se na grande questão social deste fim de século. Não será ela, com efeito, o lugar de cristalização do debate social, a linha de fractura da sociedade actual, como a exploração da força de trabalho constituía há pouco tempo a linha de fractura da sociedade industrial? O risco de fractura que a sociedade inteira apresenta leva-a a repensar e a trabalhar para prolongar a sua integridade em volta nomeadamente da relação entre cidadania e exclusão. É provavelmente neste sentido que a não integração, na versão contemporânea, constitui ao mesmo tempo a nova questão social e uma questão teórica essencial.
É para o esclarecimento destas questões que quisemos, há pouco mais de um ano, consagrar um ciclo de conferências na disciplina de Trabalho Social na Universidade de Fribourg. Ao oferecer a possibilidade de confrontação das problemáticas mais recentes acerca deste assunto, tratou-se de uma perspectivação da não integração, sob qualquer forma, e de lançar bases de uma problematização renovada da questão social deste fim de século.