Aqui não entra o ensino privado, pois é de escola pública que o livro trata. Com 42 anos de experiência de ensino público, no 3.º ciclo do básico e secundário, o autor sabe do que fala quando se refere aos programas, às estruturas, aos professores e a quem manda. António Mouzinho não se prende às análises teóricas, nem à análise dos números. Além disso, este é um ensaio que vai além da crítica. Pretende ser um esboço de um sistema de ensino público. «Verá o Leitor como o próprio esboço acaba por conter a crítica, sem a maçada do panfleto.»
Redigido num tom simples, trata-se de um livro que apresenta uma proposta. Escreve?a um professor para quem ensinar nunca deixou de ser interessante. E divertido.
«Este ensaio — assim o baptizo — pretende ser o esboço de um sistema de ensino público, mais do que a crítica do que existe. Verá o Leitor como o próprio esboço acaba por conter a crítica, sem a maçada do panfleto.»
A educação nacional tem sido motivo da nossa insatisfação. Não há nada a fazer senão lamentarmo-nos?
Claro que há. Aqui está – já não era sem tempo – uma proposta coerente, muito bem pensada e extraordinariamente bem escrita, para o nosso ensino público. Da autoria de um professor com toda uma vida dedicada à profissão, eis para nossa reflexão e acção (oxalá!) um breve programa para o nosso ensino público.
Apoio o que nos diz: «Vai, evidentemente, valer a pena começar já, não perdendo mais tempo com asneiras.
Carlos Fiolhais
Professor de Física da Universidade de Coimbra