D. Afonso II, nascido no dia de S. Jorge, defraudou certamente as expectativas de seu pai, que ao pôr-lhe o nome do avô, veria nisso uma aposta de continuidade militar que não se confirmou.
Mas se no campo das armas, por razões físicas ou outras, D. Afonso II não segui as pisadas dos seus antecessores, outro factor chamou a minha atenção para a possível desvalorização histórica deste rei. O seu permanente litígio com a hierarquia da Igreja. Estaria aí a razão da sua secundarização? Mas antes e depois dele, praticamente todos os reis de Portugal da 1ª dinastia (uns mais do que outro, é certo) tiveram graves divergências com o clero ou, melhor dizendo, com uma parte do clero, que nalguns casos levaram mesmo à excomunhão.
D. Afonso II, durante todo o sei reinado, teve um enorme contencioso com as três irmãs, que se foi dirimindo na frente militar, na diplomática e principalmente em Roma, onde o rei contou com o suporte jurídico de inestimáveis advogados da sua causa. As infantas tinham partidários poderosos, na nobreza e no clero, que se sentiam lesados pela política centralizadora do monarca.