Para muitos, escrever um texto de estética significa "em primeiro lugar, apresentar uma interpretação própria, lançar um pacote de termos inusitados, abrir um espaço de debate, com orgulhosa recusa das hipóteses avançadas pela concorrência". Esta observação com que Barilli introduz o seu livro poderia valer como definição ex contrario deste texto, que se apresenta, antes de mais, como texto de base destinado a todos aqueles, estudante ou não, que se aproximem do problema da experiência estética e dele pretendam ter um panorama global, ainda que sintético. Trata-se de um empreendimento que só aparentemente é modesto, porque fazer hoje em dia um texto de estética implica sustentar que é possível fazê-lo, isto é, que é possível fazer coexistir doutrinas e termos à primeira vista distantes entre si, conciliar escolas diferentes para alcançar " uma estética global" , certamente provisória, em que cada aspecto do estético tenha o seu lugar e a sua explicação. Este volume apresenta-se, assim, como um texto "de serviço", claro, imediatamente como proposta de um paradigma capaz de decifrar, através da mutável fenomenologia das artes, a substancial unidade da experiência estética.